O Mogno Africano está entre as opções de árvores exóticas de madeira nobre para serraria. O cultivo dessa espécie apresenta fácil manuseio, rápido crescimento, boa adaptação ao clima brasileiro e boa rentabilidade. Os mognos africanos em ambientes naturais são árvores de porte grande, alcançando de 40 a 50 metros de altura e de 2 metros de diâmetro na altura do peito.
A árvore de Mogno Africano é natural do continente africano e é o nome popular usado para as espécies do gênero Khaya. Dentre as inúmeras espécies existentes, a mais plantada aqui no Brasil é a Khaya grandifoliola, o antigo Khaya ivorensis.
A introdução do Mogno Africano aconteceu por volta da década de 70, mas foi difundido apenas nas décadas de 80 e 90 com plantios experimentais em diversas regiões do Brasil.
A madeira é amplamente comercializada no mercado internacional principalmente pelo mercado norte americano e europeu. Os diferenciais estão desde a beleza, durabilidade, facilidade com o manejo e o valor do produto final.
As características e diferenciais do Mogno Africano
A madeira do Mogno Africano é considerada nobre por ter uma beleza rara castanho avermelhada e excelente trabalhabilidade. É um insumo valorizado para o setor moveleiro, construção civil, indústria naval e também para criação de instrumentos musicais e peças ornamentais de luxo.
Em florestas naturais, a espécie é caracterizada por ser de porte elevado, chegando a 200 cm de DAP (Diâmetro à Altura do Peito) e 50 m de altura. Possui caule sem tortuosidades, livre de ramificações até uma faixa de 30 m aproximadamente, com sistema radicular muito amplo. Sua casca é espessa, rugosa e apresenta coloração marrom-avermelhada. As folhas são paripenadas, com pares de folíolos brilhantes e glabros.
Em plantios artificiais o Mogno Africano também se destaca por possuir uma rápida maturação biológica quando comparado à outras espécies de madeira nobre, produzindo madeira madura entre o 13º e 15º ano. Essa maturação ocorre quando o cerne, que é a parte dura da madeira, é formado.
No plantio, a espécie se destaca pela alta resistência, porque resiste ao ataque de pragas e doenças comuns em outras espécies, como por exemplo, a doença que divide o tronco ao meio e a broca do ponteiro. A atenção maior no plantio do Mogno Africano é para as formigas cortadeiras e o mato que pode crescer e competir com as árvores. Porém esses dois pontos podem ser controlados com a aplicação de formicidas e a capina.
É importante ter em mente que nem todos os solos possuem aptidão para o cultivo, por isso antes de realizar o plantio é necessário contratar um profissional para realizar a avaliação de aptidão florestal e verificar as correções necessárias, bem como definir se a área é boa, regular, restrita ou inapta.
Além de identificar a necessidade de correções do solo, a avaliação de aptidão florestal irá apontar fatores limitantes à produção, como a falta ou excesso de água, clima adequado entre outros aspectos.
Esse investimento é justificado, uma vez que o valor da madeira é estimado entre 100 a 400 euros para toras com diâmetros inferiores e 500 a 600 euros por metro cúbico nas toras (em pé) com diâmetros superiores, de acordo com o mercado internacional.
A floresta de Mogno Africano começa a ficar interessante financeiramente já no terceiro manejo (entre 12 e 15 anos), que é quando a madeira em pé é extraída com mais de 25 cm. Ao final de um ciclo, a expectativa de receita bruta de 1 hectare pode superar a R$ 500 mil.
Após realizada a limpeza e correção de solo, a implantação da floresta se dá com o plantio das mudas rustificadas, de preferência produzidas em tubetes plásticos apropriados.
O espaçamento utilizado entre as mudas no campo pode variar, sendo recomendado o espaçamento que permita boa competição entre as árvores. Normalmente, em plantios puros, recomenda-se o espaçamento de 3 x 2 metros, ou 3,5 x 1,7 metros, permitindo a realização dos desbastes de seleção, para melhor produtividade e qualidade da madeira. O corte raso pode ser feito a partir dos 17 anos de idade e os desbastes podem ser realizados em diferentes períodos, conforme o planejamento inicial proposto para o plantio.
Além da atenção no planejamento das atividades de manejo, é importante se atentar a outros aspectos que influenciam no sucesso do projeto como por exemplo, o índice de precipitação na região, a qualidade das mudas, a preparação do solo, o monitoramento pós plantio e outros pontos.
Benefícios do Mogno Africano à sustentabilidade
Além dos benefícios comerciais do Mogno Africano, o plantio da espécie também colabora com o meio ambiente. Com o aumento do plantio de árvores exóticas para fins comerciais, como o Mogno Africano, acontece a redução da exploração de florestas nativas. Além disso as árvores comerciais colaboram para a absorção de CO2 da atmosfera e contribuem para a preservação das Áreas de Preservação Permanente (APPs).
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